terça-feira, 29 de março de 2011

Por uma CLPS: explico aqui o que seria isso!

O CONSUNI, nas normas que aprovou para o atual processo eleitoral, criou a CCPS (Comissão Coordenadora do Processo Sucessório), que no meu entender pode até ser uma boa idéia, mas não está cumprindo aquilo que deveria ser uma de suas principais funções: promover um debate amplo, justo e democrático em toda a Universidade.

Mas para que a ampliação e consolidação de nossa cidadania universitária fosse abrangente o suficiente para incluir os excluídos nos três segmentos (funcionários, estudantes e professores), haveria a necessidade em primeiro lugar de que o processo todo não ocorresse num intervalo de tempo tão curto.

Quem ganha com uma eleição que a maior parte do eleitorado não teve e não terá a oportunidade de conhecer os candidatos para avaliar quem deve ocupar o cargo máximo de nossa Universidade?

Talvez ganhem aqueles pequenos grupos que há 4 (quatro) anos já estavam "em movimento" ou já "queriam e buscavam" ocupar ou permanecer ocupando a cúpula da Torre de Marfim. Talvez ganhe com isso o próprio CONSUNI (verdadeiro Conselho de Ansiãos ou o Senado Romano da UFRJ), que pretende ter nas mãos um Reitor tão frágil politicamente que possa se tornar um serviçal, fantoche ou marionete. Serão esses os interesses em jogo nessa eleição?

Duas coisas eu me lembro muito bem de ter ouvido dos candidatos em suas visitas e no debate em Macaé:

1º) Que o poder deles é limitado e não podem fazer nada que contrarie o CONSUNI;

2º) Que eles não são inimigos entre si, que estão apenas disputando as eleições em posições diferentes mas que após as eleições a amizadade continuará firme e forte.

Por outro lado, como diz um dos candidatos: "paz sem justiça não é paz, é trégua".

O poder é óbvio que deve ser limitado, pois não estamos de modo nenhum precisando de um Ditador ou Imperador e sim de um Reitor. Mas a quem interessa um Reitor fraco que não assuma a liderança que um processo eleitoral amplo, justo e democrático é capaz de lhe conferir?

Pois bem: não acredito que o CONSUNI queira isso para a UFRJ; prefiro acreditar que o CONSUNI esteja apenas com medo da democracia, tendo em vista os incidentes violentos que ocorreram nas sessões que discutiram e aprovaram a adesão da UFRJ ao REUNI. Não é à toa que um dos candidatos disse que não defendia uma "democracia estudantil" e sim uma verdadeira "democracia universitária".

Mas democracia deveria se aprender na escola e, por que não dizer também, na própria Universidade, que deveria servir de exemplo para as escolas de educação básica (educação infantil e ensinos fundamental e médio). Além disso: se falamos em gestão democrática o tempo todo, por que não praticá-la?

Levando-se em conta essas reflexões, venho defender aqui que o processo eleitoral deveria ter um cunho pedagógico e não se tornar um relâmpago no meio da noite.

E neste sentido, visando começar a discussão e a vivência de um verdadeiro processo político amplo, justo e democrático, defendo também que podemos inovar em termos eleitorais dentro da UFRJ. Talvez não seja uma idéia tão original assim, mas o que importa é sua utilidade e até efetividade, mais do que sua "novidade".

A idéia seria constituir, mesmo que de modo informal ou precário ou "provisório" (assim como quase tudo aqui nesse Campus), uma Comissão Local para o Processo Sucessório (CLPS), que visasse garantir um mínimo possível de debate amplo, justo e democrático.

Sendo que a primeira e mais urgente providência dessa Comissão deveria ser dar a oportunidade aos dois candidatos que não conseguiram (por falta de tempo ou de apoio político local) visitar o Campus e se apresentar à comunidade universitária macaense.

Depois dessas eleições: o CONSUNI continuará sendo o CONSUNI; os candidatos continuaram amigos entre si e provavelmente se encontrarão nas sessões do próprio CONSUNI e dos outros colegiados superiores; e nós aqui em baixo? Que capital político teremos acumulado para sermos atores ou sujeitos no processo político de construção do Campus Macaé?

Um comentário:

  1. Como dito pelo Caro Alexandre, PROVISÓRIO tornou-se sobrenome do Campus UFRJ Macaé. Um Campus que já existe há seis anos,que já formou sua primeira turma e que, por inabilidade de seus "gestores", seja por cunho puramente político ou administrativo, ainda não caminha com suas próprias pernas. Um erro inaceitável numa Universidade que porta a bandeira da democracia, sem exercê-la totalmente, é claró, e que permite que seu "primogênito" Campus Macaé
    chegue quase à adolescência da submissão.

    MOBILIZAI-VOS!!!

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