quinta-feira, 31 de março de 2011

Apesar de Você (Chico Buarque)


Hoje você é quem manda
Falou, tá falado
Não tem discussão, não.
A minha gente hoje anda
Falando de lado e olhando pro chão
Viu?
Você que inventou esse Estado
Inventou de inventar
Toda escuridão
Você que inventou o pecado
Esqueceu-se de inventar o perdão

Apesar de você
amanhã há de ser outro dia
Eu pergunto a você onde vai se esconder
Da enorme euforia?
Como vai proibir
Quando o galo insistir em cantar?
Água nova brotando
E a gente se amando sem parar

Quando chegar o momento
Esse meu sofrimento
Vou cobrar com juros. Juro!
Todo esse amor reprimido,
Esse grito contido,
Esse samba no escuro

Você que inventou a tristeza
Ora tenha a fineza
de "desinventar"
Você vai pagar, e é dobrado,
Cada lágrima rolada
Nesse meu penar

Apesar de você
Amanhã há de ser outro dia.
Ainda pago pra ver
O jardim florescer
Qual você não queria

Você vai se amargar
Vendo o dia raiar
Sem lhe pedir licença

E eu vou morrer de rir
E esse dia há de vir
antes do que você pensa
Apesar de você

Apesar de você
Amanhã há de ser outro dia
Você vai ter que ver
A manhã renascer
E esbanjar poesia

Como vai se explicar
Vendo o céu clarear, de repente,
Impunemente?
Como vai abafar
Nosso coro a cantar,
Na sua frente.
Apesar de você

Apesar de você
Amanhã há de ser outro dia.
Você vai se dar mal, etc e tal,
La, laiá, la laiá, la laiá??

Navegar é Preciso (Fernando Pessoa)


Navegadores antigos tinham uma frase gloriosa:
"Navegar é preciso; viver não é preciso".

Quero para mim o espírito [d]esta frase,
transformada a forma para a casar como eu sou:

Viver não é necessário; o que é necessário é criar.
Não conto gozar a minha vida; nem em gozá-la penso.
Só quero torná-la grande,
ainda que para isso tenha de ser o meu corpo e a (minha alma) a lenha desse fogo.

Só quero torná-la de toda a humanidade;
ainda que para isso tenha de a perder como minha.
Cada vez mais assim penso.

Cada vez mais ponho da essência anímica do meu sangue
o propósito impessoal de engrandecer a pátria e contribuir
para a evolução da humanidade.

É a forma que em mim tomou o misticismo da nossa Raça.



Nota: "Navigare necesse; vivere non est necesse" - latim, frase de Pompeu, general romano, 106-48 aC., dita aos marinheiros, amedrontados, que recusavam viajar durante a guerra, cf. Plutarco, in Vida de Pompeu.

A história às vezes se repete? Vamos evitar!



Legenda contida na Revista de História da Biblioteca Nacional:

Na charge de Storni para a revista Careta (1927), uma das mais famosas fraudes eleitorais da Primeira República, o voto de cabresto, recebe a devida crítica. O eleitor recebia um papel com o nome do candidato escolhido pelo coronel da região, e apenas o depositava na urna.

Obtido em: CLIQUE AQUI

quarta-feira, 30 de março de 2011

Sem CLPS: vamos dançar o "cabrestation"!

Sem uma Comissão Local para o Processo Sucessório (CLPS) que permita a entrada de todos os candidatos em igualdade de condições para defender suas idéias e propostas, não haverá uma eleição com debate amplo, justo e democrático no Campus UFRJ Macaé.

Os argumentos para a constituição dessa CLPS já foram expostos neste Blog.

A quarta-feira, 6 de abril, me parece que encaixa na agenda dos candidatos e eles poderiam retornar a Macaé para defender suas idéias de modo menos amarrado do que no debate promovido pela CCPS (Comissão Coordenadora do Processo Sucessório).

Seria uma data marcante para o amadurecimento político do Campus UFRJ Macaé.

Sem isso, essa eleição vai medir apenas quem tem o cabresto mais firme e aí eu "peço para sair".

Entretanto, o risco maior, mas que seria motivo de comemoração, é de o CONSUNI ter vergonha do resultado e mandar repetir o processo, por falta de votos, com outras regras que permitam maior interesse por parte da comunidade universitária.

terça-feira, 29 de março de 2011

Por uma CLPS: explico aqui o que seria isso!

O CONSUNI, nas normas que aprovou para o atual processo eleitoral, criou a CCPS (Comissão Coordenadora do Processo Sucessório), que no meu entender pode até ser uma boa idéia, mas não está cumprindo aquilo que deveria ser uma de suas principais funções: promover um debate amplo, justo e democrático em toda a Universidade.

Mas para que a ampliação e consolidação de nossa cidadania universitária fosse abrangente o suficiente para incluir os excluídos nos três segmentos (funcionários, estudantes e professores), haveria a necessidade em primeiro lugar de que o processo todo não ocorresse num intervalo de tempo tão curto.

Quem ganha com uma eleição que a maior parte do eleitorado não teve e não terá a oportunidade de conhecer os candidatos para avaliar quem deve ocupar o cargo máximo de nossa Universidade?

Talvez ganhem aqueles pequenos grupos que há 4 (quatro) anos já estavam "em movimento" ou já "queriam e buscavam" ocupar ou permanecer ocupando a cúpula da Torre de Marfim. Talvez ganhe com isso o próprio CONSUNI (verdadeiro Conselho de Ansiãos ou o Senado Romano da UFRJ), que pretende ter nas mãos um Reitor tão frágil politicamente que possa se tornar um serviçal, fantoche ou marionete. Serão esses os interesses em jogo nessa eleição?

Duas coisas eu me lembro muito bem de ter ouvido dos candidatos em suas visitas e no debate em Macaé:

1º) Que o poder deles é limitado e não podem fazer nada que contrarie o CONSUNI;

2º) Que eles não são inimigos entre si, que estão apenas disputando as eleições em posições diferentes mas que após as eleições a amizadade continuará firme e forte.

Por outro lado, como diz um dos candidatos: "paz sem justiça não é paz, é trégua".

O poder é óbvio que deve ser limitado, pois não estamos de modo nenhum precisando de um Ditador ou Imperador e sim de um Reitor. Mas a quem interessa um Reitor fraco que não assuma a liderança que um processo eleitoral amplo, justo e democrático é capaz de lhe conferir?

Pois bem: não acredito que o CONSUNI queira isso para a UFRJ; prefiro acreditar que o CONSUNI esteja apenas com medo da democracia, tendo em vista os incidentes violentos que ocorreram nas sessões que discutiram e aprovaram a adesão da UFRJ ao REUNI. Não é à toa que um dos candidatos disse que não defendia uma "democracia estudantil" e sim uma verdadeira "democracia universitária".

Mas democracia deveria se aprender na escola e, por que não dizer também, na própria Universidade, que deveria servir de exemplo para as escolas de educação básica (educação infantil e ensinos fundamental e médio). Além disso: se falamos em gestão democrática o tempo todo, por que não praticá-la?

Levando-se em conta essas reflexões, venho defender aqui que o processo eleitoral deveria ter um cunho pedagógico e não se tornar um relâmpago no meio da noite.

E neste sentido, visando começar a discussão e a vivência de um verdadeiro processo político amplo, justo e democrático, defendo também que podemos inovar em termos eleitorais dentro da UFRJ. Talvez não seja uma idéia tão original assim, mas o que importa é sua utilidade e até efetividade, mais do que sua "novidade".

A idéia seria constituir, mesmo que de modo informal ou precário ou "provisório" (assim como quase tudo aqui nesse Campus), uma Comissão Local para o Processo Sucessório (CLPS), que visasse garantir um mínimo possível de debate amplo, justo e democrático.

Sendo que a primeira e mais urgente providência dessa Comissão deveria ser dar a oportunidade aos dois candidatos que não conseguiram (por falta de tempo ou de apoio político local) visitar o Campus e se apresentar à comunidade universitária macaense.

Depois dessas eleições: o CONSUNI continuará sendo o CONSUNI; os candidatos continuaram amigos entre si e provavelmente se encontrarão nas sessões do próprio CONSUNI e dos outros colegiados superiores; e nós aqui em baixo? Que capital político teremos acumulado para sermos atores ou sujeitos no processo político de construção do Campus Macaé?

domingo, 27 de março de 2011

Mobilização Geral Campus UFRJ Macaé: o peso do voto dos três segmentos reunidos

Numa eleição com baixa participação dos eleitores dos três segmentos (funcionários, professores e estudantes), se o Campus UFRJ Macaé conseguir mobilizar mais eleitores desses três segmentos do que a média geral da UFRJ, vai mostrar a todos os candidatos e ao restante da Universidade a importância dos votos do eleitorado macaense no 2º Turno.

Voto de cabresto, nunca. Temos que defender o voto consciente. Por isso, acredito que devemos pedir aos colegas estudantes, professores e funcionários que votem, mesmo que seja um voto em branco ou nulo no 1º Turno.

O voto em branco ou nulo, além do poder que tem de levar a eleição para o 2º Turno, incentivará os candidatos a darem maior valor ainda ao colégio eleitoral macaense.

Independente das escolhas políticas que já foram feitas, temos a obrigação de pensar na consolidação do espaço político, coletivo, plural e democrático do Campus UFRJ Macaé.

Nossos votos se dividirão entre os candidatos, mas a soma deles mostrará à UFRJ a importância política que temos enquanto colégio eleitoral, que pode fazer a diferença no resultado final da eleição.

Construção de um coletivo plural, democrático mas de unidade da categoria

Toda discussão sobre a organização de nossa categoria fica prejudicada nesse momento, tendo em vista o processo eleitoral e o caráter eleitoreiro que qualquer iniciativa neste sentido poderia representar.

Acho, no entanto, que um primeiro passo já foi dado, tendo em vista que a categoria despertou para o peso político que tem numa eleição paritária.

Acompanhei toda a movimentação dos dois candidatos que estão na disputa real na direção de uns e outros colegas técnico-administrativos. Isso representa que os candidatos despertaram também para o coletivo de servidores técnico-administrativos e isso representou uma valorização do nosso voto.

Vocês concordam?

Quanto às escolhas pessoais, acho justo que cada um escolha seu candidato visando o melhor do ponto de vista individual e coletivo. Pensar na UFRJ, pensar na categoria e pensar nas questões que nos afetam individualmente: é assim que cada um vai fazer sua escolha!

A partidarização, entretanto, não deve nos atrapalhar numa tentativa de construirmos um movimento plural, democrático, mas de unidade em relação às questões de nossa categoria.

Também eu acabarei tendo que fazer uma escolha, mais cedo ou mais tarde, entre um dos dois candidatos que estão na disputa real, apesar de considerá-los, ambos, muito fracos. Minha escolha terá que ser em relação ao que cada um representa politicamente para a UFRJ e para o Campus UFRJ Macaé.

Mas convido a todos pensarmos enquanto conjunto (coletivo de pessoas diferentes mas que têm questões comuns a resolver e compartilhar) depois dessas eleições, superando as diferenças no que se refere às escolhas dentro do processo eleitoral em curso.

quinta-feira, 24 de março de 2011

Show de calouros: só faltou a buzina do Chacrinha!

Finalmente o debate de Macaé aconteceu. Foi uma decepção total, mas aconteceu.
Debate engessado, onde a CCPS (Comissão Coordenadora do Processo Sucessório) parece ajudar a nivelar por baixo a campanha, fazendo seleção de perguntas "convenientes" ou "inconvenientes". Perguntas "repetidas" (foi o que disseram)...

Por exemplo, eu queria perguntar o seguinte:

1) Nas últimas eleições para Reitor a participação dos eleitores nos três segmentos (professores, estudantes e servidores) tem sido muito baixa. Por exemplo: na última eleição a UFRJ tinha 61.212 eleitores, sendo que apenas 10.583 votaram; ou seja: apenas 17% se dispuseram ou foram motivados a votar. O quadro fica mais gritante quando comparamos o nível de participação de cada segmento: enquanto 63% dos professores votaram, apenas 45% dos servidores técnico-administrativos e, pasmem, 10% dos alunos votaram. A atual eleição caminha na mesma direção e me parece os candaditos, suas chapas e as regras aprovados no CONSUNI não contribuem para uma maior participação. O que vocês (candidatos) acham dessa situação? Essa eleição será mais um fiasco?

2) A UFRJ fez 90 anos e sempre teve reitores do sexo masculino. Mais uma vez não teremos a oportunidade de elegermos uma Reitora. O Brasil já tem uma mulher na Presidência da República. Os principais cabos e caciques eleitorais do Campus UFRJ Macaé são homens, o que prenuncia uma reprodução da UFRJ-Capital. Pergunto:

(1º) Você (candidato) acha que política é coisa de homem?

(2º) Você acha que a UFRJ é mais conservadora do que a sociedade brasileira também na questão de gênero?

Enfim: saí de lá totalmente frustado, talvez tão frustrado quanto aqueles que já declararam apoio a candidatos que se enrolam nas palavras, são totalmente sem carisma, lêem respostas prontas trazidas de casa ou não conseguem movimentar sequer o pescoço em cima da cabeça etc.

Apostei todas minhas fichas nos candidatos que vieram pela primeira vez a Macaé, mas o desempenho de cada um deles (os dois), será motivo de uma postagem amanhã.

Mas pior do que assistir ao debate é não ter assistido e votar pelo cabresto de alguém.

Pior de tudo isso é... deixa prá lá... cada cabeça uma sentença! (A costela estava boa?)

quarta-feira, 23 de março de 2011

Radiografia da participação nas últimas eleições para Reitor da UFRJ: triste quadro que tende a agravar

Em 2002 três chapas disputaram e atraíram 13.453 eleitores. Foi a eleição de Carlos Lessa para o cargo de Reitor, mas depois de eleito ele deixou o cargo bem no início de seu mandato para assumir a presidência do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). Tivemos, então, que realizar novas eleições.

Houve nova eleição em 2003, quando tivemos 16.469 eleitores na ocasião, tendo sido Aloísio Teixeira o escolhido para assumir seu 1º mandato.

Na última eleição a UFRJ tinha um conjunto de 61.212 eleitores e apenas 10.583 eleitores votaram, dando 9.413 votos (94%) à Chapa Única que concorreu. Nessa eleição Aloísio Teixeira conquistou seu 2º mandato, contra 614 votos nulos (6%) e 556 votos em branco (5%).

Do ponto de vista da participação dos três segmentos, os números foram tristes:
a) 63% dos professores votaram;
b) 45% dos funcionários votaram;
c) 10% dos alunos votaram.

Ou seja: apesar do eleitorado da UFRJ estar sempre crescendo, o número daqueles que vêm participando está em queda. As eleições têm motivado mais os professores, que se sentem mais incluídos no processo eleitoral, enquanto os funcionários e os alunos têm um nível de participação bem menor, provavelmente devido à exclusão do processo ser gritante.

O que vamos fazer diante disso aqui em Macaé?

Penso que o fundamental será:

1º) participar dos debates, mesmo que as regras não permitam manifestar a nossa VOZ e as perguntas tenham que ser entregues POR ESCRITO, conforme as regras adotadas no debate de ontem, na Praia Vermelha;

2º) participar da eleição votando, mesmo que sem opção decente tenhamos que votar EM BRANCO, ou ANULAR; pois pelo menos o nosso voto EM BRANCO ou NULO poderá levar as eleições para 2º turno, o que permitirá um pouco mais de debate e discussão de idéias e de amadurecimento do nosso voto;

3º) no 2º turno, aí sim votar no MENOS PIOR, entre os dois que sobreviverem...

Para finalizar, o VOTO EM BRANCO ou o VOTO NULO podem se constituir na arma mais eficaz para levarmos a disputa para 2º turno, segundo as regras aprovadas para a presente eleição, indicada por mim em postagem anterior.

terça-feira, 22 de março de 2011

Aos colegas servidores do Campus UFRJ Macaé: convite a um pós-debate dos candidatos a Reitor

Como eu já vinha sinalizando através de mensagens via lista de e-mails, essas eleições são cruciais para a organização política dos diferentes segmentos (docentes, estudantes e servidores técnico-administrativos).

Isso porque, até aqui todos nós temos sido tratados como marionetes ou fantoches.

Mas nessa eleição o peso dos votos de cada um dos segmentos é igual e demonstra o potencial político daqueles que até então vínhamos relegados à segundo plano.

Enquanto não nos mobilizarmos/organizarmos enquanto segmento, continuaremos à margem das decisões e meia dúzia de docentes vão comandar o processo político para a direção que quizerem. Essa meia dúzia (ou mais um pouquinho) tem alijado, inclusive, os demais membros do corpo docente, que também não estão tão bem organizados assim.

Acho que podemos fazer um exercício na quinta-feira.

Convido todos a participarem do debate, marcando presença e participação nas discussões.

Após o término do debate, quem desejar se reunir para trocar idéias e compartilhar opiniões, façamos isso publicamente em algum espaço. Isso não é compromisso com nada além de iniciarmos a construção de nosso movimento ou "coletivo".

Aos estudantes do Campus UFRJ Macaé

Quem foi pego de surpresa mas está querendo participar com consciência de eleições tão importantes para a UFRJ e mais ainda para o Campus UFRJ Macaé, precisa conhecer o Regimento Eleitoral, o qual está disponível em http://www.ufrj.br/docs/2011/regimento-eleitoral-2011.pdf

O aspecto que acredito mais importante nessa eleição é o voto paritário. Ou seja: o conjunto de votos dos estudantes vale o mesmo que o conjunto de votos dos docentes e o mesmo que o conjunto de votos dos funcionários.

Como os estudantes são mais numerosos, essa matemática faz com que o voto individual de um estudante tenha menos valor do que o de um professor ou de um servidor técnico-administrativo, por exemplo.

Mas isso não importa. O peso dos estudantes em conjunto é muito grande, pois é igual ao dos outros dois segmentos. Por isso, os estudantes não podem entrar nessa eleição no cabresto de ninguém e deixar que alguns docentes comandem os dois currais eleitorais por onde querem fazer passar todos nós que estamos dormindo.

Vocês têm que se unir em torno dos centros acadêmicos dos diferentes cursos e tentar articular uma pauta unificada com a maioria desses centros acadêmicos. (Talvez alguns desses CAs já tenham se articulado com algumas dessas chapas!)

A mobilização irá forçar que essas chapas os procurem e se não os procurarem vale à pena demonstrar a força desses votos no 1º turno para forçar a conversa no 2º turno.

Isso tudo que estou falando para vocês vale também para a categoria dos funcionários, que têm o mesmo peso e é tão relegada.

Se vocês estiverem dispostos, tentamos articular estudantes e servidores técnico-administrativos num mesmo movimento, mas posso adiantar que nós servidores estamos totalmente desmobilizados.

segunda-feira, 21 de março de 2011

Se liguem na ESTATUINTE!

Enquanto os cabos eleitorais se movimentam para apresentar um príncipe encantado que irá resolver os problemas de nossa Minerva Adormecida, que dorme profundamente e sonha o sonho de Princezinha do Atlântico, temos que começar a acordar para a ESTATUINTE.

Por que?

Porque temos que ter representantes lá, dos três segmentos (discentes, docentes e técnicos), para discutirem os seguintes pontos que nos interessam e estão na Resolução nº 20/2010, abaixo:

"3.1 Centros e Decanias
a. Conceito e Função
b. Atribuições
c. Reformulação? Extinção?

3.2 Centros ou Campi de Expansão
a. Conceito e Função
b. Modos de Funcionamento e Organização"

Ou seja: o futuro do Campus UFRJ Macaé será definitivamente traçado na Estatuinte e ninguém vem falar na necessidade de mobilização... Assim, a Minerva Adormecida vai continuar esperando o candidato a príncipe encantado vir montado em seu cavalo branco (adesivado) vir salvá-la!

Acorda, Minerva!



UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO
CONSELHO UNIVERSITÁRIO

RESOLUÇÃO Nº 20/2010

Estabelece o processo de revisão do Estatuto da Universidade Federal do Rio de Janeiro.

Considerando:

- As constantes transformações da Universidade;

- A necessidade de atualização do Estatuto à realidade;

- A necessidade de busca permanente de ampliação e criação de espaços democráticos;

O Conselho Universitário da Universidade Federal do Rio de Janeiro, em sessão ordinária de 14 de outubro de 2010, resolve:

I – Aprovar o relatório da Comissão definida pela Resolução nº 12/2010, em anexo, excluindo o que o relatório chama de “último passo”.

II – aprovar que o processo de “apreciação paulatina” de cada etapa se dará por um Fórum Estatuinte eleito no fim do primeiro semestre de 2011.

III – As etapas serão debatidas e apreciadas no decorrer do segundo semestre de 2011 e primeiro semestre de 2012.

IV – A sessão final do Fórum Estatuinte se dará no início do segundo semestre de 2012.

V – Para conclusão desse processo o Conselho Universitário considera as recomendações da Comissão.

Esta Resolução entra em vigor na data de sua publicação no Boletim da Universidade Federal do Rio de Janeiro.

ANEXO À RESOLUÇÃO Nº 20/2010-CONSUNI

Eixos

Roteiro Indicativo para o Debate

1. Caracterização, Princípios e Fins
a. O que é a UFRJ?
b. Princípios e fins
c. Objetivos
d. Atividades que desenvolve

2. Atividades-Fim – Ensino, Pesquisa e Extensão – e Atividades-Meio
a. Conceito, função e níveis das estruturas responsáveis pela execução das atividades-fim.
b. Modalidades de ensino
c. Atividades de ensino, pesquisa e extensão interunidades, intercentros e interinstitucionais.
d. Departamentos e/ou programas ou outras formas de organização.

3. Atividades de Coordenação

3.1 Centros e Decanias
a. Conceito e Função
b. Atribuições
c. Reformulação? Extinção?

3.2 Centros ou Campi de Expansão
a. Conceito e Função
b. Modos de Funcionamento e Organização

4. Atividades de Direção – Colegiados Superiores e Administração Central
a. Competências, atribuições, composição e reestruturação dos Colegiados Superiores
b. Reitoria e Estrutura da Administração Central

5. Autonomia e Avaliação

5.1 Atividades de controle, monitoramento, e avaliação
a. Como são exercidas?
b. Graus e mecanismos de controle
c. Critérios de avaliação em todas as suas formas

5.2 Relações entre órgãos superiores e demais níveis de hierarquia
a. Níveis de diretividade e autonomia das unidades-fins
b. Avaliação acadêmica
c.Monitoramento/auditoria administrativa

Desse modo, para organizar o debate e o posterior encaminhamento de propostas, a Comissão propõe que o processo seja encaminhado obedecendo às etapas definidas no quadro anterior e que cada etapa seja organizada da seguinte maneira:

1.Encaminhamento pela Comissão de texto preliminar para debate contemplando princípios norteadores e proposta de nova redação para o Estatuto no que tange ao eixo sob exame.

2.Realização de debates públicos de forma a propiciar a ampla participação da comunidade no processo.

3.Discussão e manifestação das Congregações (ou similares), Conselhos de Centro (ou similares) e Colegiados Superiores.

4.Sistematização, pela Comissão, das contribuições recebidas e conseqüente elaboração de segunda versão (preliminar, para discussão) da proposta relativa ao eixo.

5.Encaminhamento ao CONSUNI do texto revisto para apreciação prévia.

Aloisio Teixeira
Reitor

domingo, 20 de março de 2011

A Minerva tem que acordar do sonho de "Princesinha"

Eu já disse aqui que perdemos a oportunidade de elegermos desta vez uma Reitora e não um Reitor, aproveitando a deixa de termos uma mulher na Presidência da República.

Os nomes masculinos parecem pouco convidativos pelo pobre perfil no que se refere à competência ou experiência técnico-política, a qual não pode ser demonstrada através de um Currículo Lattes avantajado...

Isso pode ser testado ao analisarmos o Currículo Lattes do Prof. Aloísio Teixeira, que certamente não tem nem de perto o currículo acadêmico dos atuais cabeças de chapa (Levi e Godofredo), mas sabe falar, liderar e formular um projeto de universidade que não se pareça com uma plataforma de campanha para síndico de um condomínio na Barra da Tijuca.

Um exemplo de como poderíamos encontrar um nome feminino da mesma estatura do antecessor, seria se tivéssemos conseguido articular ou convencer uma Profª Laura Tavares, atual Pró-Reitora de Extensão, a concorrer ao cargo máximo desta Universidade que tem a Minerva (deusa da mitologia romana equivante a Atena na mitologia grega) como símbolo.

Não dessa vez, mas para a próxima eleição, sugiro acompanharmos de perto o desempenho da Profª Maria Fernanda na Decania do CCS, pois, sem querer bancar um Nostradamus, acredito que deverá se tornar uma candidata fortíssima a ser a primeira mulher a comandar a Universidade Federal do Rio de Janeiro.

Pois bem, mesmo se não procurássemos nomes femininos para renovar os ares da maior Universidade do país (maior em muitos sentidos), poderíamos ter encontrado outros nomes, nas próprias chapas aí existentes.

Quem é que acompanhou a apresentação das duas principais chapas em Macaé e não reparou que o Prof. Antônio Ledo ou o Prof. Ricardo Medronho poderiam ser melhores candidatos do que aqueles que se apresentam como tais?

Mas a nós, da Minerva Macaense, não caberá nesse momento uma postura de Princesinha Minerva Adormecida em busca de um príncipe que irá salvá-la definitivamente das maldades da bruxa malévola.

E tem muito "cavalo branco" por aí carregando os candidatos a príncipes para lá e para cá!

A Minerva Macaense tem que agir como verdadeira "Deusa da sabedoria, das artes e da estratégia de guerra".

Jornal da UFRJ II: Consuni aprova regimento do processo sucessório

BRUNO FRANCO - JORNAL DA UFRJ
brunofranco@reitoria.ufrj.br

O Conselho Universitário (Consuni) aprovou na última quinta-feira, 24/2, o regimento do processo sucessório para o quadriênio 2011-2015, apresentado pelo professor Antonio Infantosi, presidente da Comissão Coordenadora do Processo Sucessório (CCPS).

Os candidatos aos cargos de reitor e vice-reitor devem inscrever suas candidaturas na sala anexa à sala de reuniões do Consuni, no dia 15/3, das 9h às 16h. São candidatáveis os professores titulares e associados de nível três, bem como qualquer docente que porte o título de doutor, independentemente do nível ou da classe do cargo ocupado.

As eleições serão realizadas nos dias 11, 12 e 13 de abril, das 9h às 16h (nas seções onde houver atividade noturna, a votação será encerrada às 21h) e a apuração será feita no dia 14. A Junta responsável pela apuração será formada por três membros indicados pela Administração Central e dois indicados pela CCPS. Cada chapa poderá indicar um fiscal. Estão aptos a votar os docentes, os funcionários técnico-administrativos, os estudantes de graduação, pós-graduação (stricto e lato sensu), os estudantes dos programas de residência médica e do Colégio de Aplicação.

Caso uma chapa obtenha mais votos que a soma das demais e dos votos brancos e nulos não haverá 2º turno. Caso contrário, o mesmo será realizado nos dias 25 e 26 de abril, com a divulgação do resultado no dia seguinte. No dia 28 de abril, o Colégio Eleitoral fará a aprovação do relatório do processo sucessório.


O pleito deste ano conta com uma novidade: a votação será feita em urnas eletrônicas cedidas pelo Tribunal Regional Eleitoral (TRE) do Rio de Janeiro. A listagem de eleitores das três categorias deverá ser emitida pela Administração Central no dia 31/3 e, então, encaminhada pela universidade ao Tribunal. O TRE treinará ainda 24 mesários que replicarão o treinamento para os demais.


O calendário apresentado por Infantosi previa três debates: no auditório do Centro de Filosofia e Ciências Humanas (CFCH), no dia 22/3, às 18h; no auditório do Centro de Tecnologia (CT), no dia 29/3, às 10h, e no auditório Rodolpho Paulo Rocco (Quinhentão), no Centro de Ciências da Saúde (CCS), no dia 04/04, às 10h. Os conselheiros incluíram no calendário mais dois debates. Um no polo de Macaé, no dia 24/3, e outro no polo de Xerém, no dia 5/4.

OBS: Notícia obtida em http://www.ufrj.br/mostraNoticia.php?cod_noticia=11274

Jornal da UFRJ I: Quatro candidaturas concorrem às eleições para reitor

MÁRCIO CASTILHO - COORDCOM
dmvi@reitoria.ufrj.br

Quatro candidaturas se inscreveram para as eleições aos cargos de reitor e vice-reitor da UFRJ: os professores Carlos Levi, da Coppe, e Antônio Ledo, da Faculdade de Medicina, que concorrem pela Chapa 10; Alcino Câmara, do Instituto de Economia, e Maria José Coelho, da Escola de Enfermagem Anna Nery, pela Chapa 12; Godofredo de Oliveira Neto, da Faculdade de Letras, e Léa Miriam, da Faculdade de Medicina, pela Chapa 20; e Ângelo da Cunha Pinto, da Escola de Química, e Eliezer Barreiro, da Faculdade de Farmácia, pela Chapa 99.

Após o fim do prazo para as inscrições, que se encerrou ontem, dia 15, o calendário do processo sucessório prevê uma série de debates a partir da próxima semana. Confira a programação:

Dia 22/03 (18h) - Auditório do Centro de Filosofia e Ciências Humanas (CFCH), no campus da Praia Vermelha.
Dia 24/03 (15h) - Campus Macaé.
Dia 29/03 (10h) - Auditório do Centro de Tecnologia (CT)
Dia 04/04 (10h) - Auditório Rodolpho Paulo Rocco (Quinhentão), no Centro de Ciências da Saúde (CCS).

O primeiro turno do processo sucessório para reitor e vice-reitor da UFRJ ocorrerá entre os dias 11 e 13 de abril, com consulta, em urna eletrônica, à comunidade da UFRJ. Um eventual segundo turno ocorrerá de 18 a 20 de abril, com a divulgação do resultado prevista para o dia 22/04 pela Comissão Coordenadora do processo sucessório. O resultado da consulta será matéria de discussão e aprovação em reunião prevista para o dia 28/04. Caberá ao Colégio Eleitoral a escolha, em lista tríplice, dos nomes a serem submetidos ao Ministério da Educação.

Obs: Notícia disponível em
http://www.ufrj.br/mostraNoticia.php?cod_noticia=11274

Sobre as duas chapas que se apresentaram até o momento em Macaé

Infelizmente teremos um processo eleitoral tão curto para discutir a nossa Universidade e também tão fragmentado nas conveniências e interesses "menores". Parece mais uma eleição de vereadores do que uma eleição majoritária...

Nesse estado de coisas, interessa menos quem irá ser o Reitor, sua competência política e técnica, do que os arranjos, as coalizões locais etc.

A Universidade já não pôde ser tão bem discutida na eleição anterior, que o Prof. Aloísio concorreu sozinho à eleição e, mesmo assim, tendo ele feito um esforço danado para que o processo eleitoral conferisse a ele um 2º mandato com legitimidade. Mas ele, com sua estatura, conseguiu unir a Universidade porque representou dentro da UFRJ um projeto político conectado com um projeto maior da sociedade brasileira, que tem conquistado nos últimos anos grandes avanços em busca de uma educação de melhor qualidade para todos.

Mas no segundo mandato do Prof. Aloísio a unidade se esfacelou nas disputas internas, acirradas com a vizinhança do processo sucessório. As mazelas da nossa Universidade se tornaram o foco da atual eleição e as duas principais chapas até aqui tentam apresentar o Prof. Levi ou o Prof. Godofredo como os melhores "síndicos" para gerir e/ou aperfeiçoar o projeto maior de Universidade que ainda é o do Prof. Aloísio, pelo menos na falta de outro Projeto alternativo.

Entretanto, a minha modesta impressão é que nem o Levi nem o Godofredo conseguiram convencer que estão a altura de nossa Universidade e do desafio que ela tem a enfrentar.

Eu fico tentando imaginar como seria a Universidade com um ou com outro na posição de Reitor e só o que me vem na cabeça é a pressa de ver esses próximos quatro anos passarem bem rápidos, para quem sabe na próxima nós termos um candidato mais apreciável...

Perdemos, talvez, a oportunidade de emplacarmos uma mulher no cargo de Reitora, o que só pela questão de gênero já seria uma grande novidade. Mas, pelo jeito, novidade é o que não teremos desta vez...

Nascimento de Minerva

http://www.mundodosfilosofos.com.br/minerva.htm

Métis, a reflexão personificada, fora a primeira esposa de Júpiter. Foi ela que deu ao velho Saturno uma beberagem para obrigá-lo a devolver os jovens deuses que ele havia engolido. Estando grávida, predisse a Júpiter que teria em primeiro lugar uma filha e, em seguida, um filho que se tornaria senhor do céu. O rei dos deuses, espantado com tal profecia, engoliu Métis. Algum tempo depois, foi acometido de violentíssima dor de cabeça e rogou a Vulcano que lhe fendesse a cabeça com o machado.

Mal recebeu o golpe de machado de Vulcano, saiu-lhe do cérebro, armada de todas as suas peças, a filha Minerva, nova encarnação da sabedoria divina. Essa lenda, de caráter assaz bárbaro e, por conseguinte, velhíssima, está representada de maneira ingênua num baixo-relevo onde, extraordinariamente, Vulcano é um rapaz imberbe.

Num espelho etrusco vemos Ilitia, a deusa dos partos assistindo ao rei dos deuses e tirando-lhe da cabeça Minerva, que sai armada do capacete e da lança. No outro lado está Vênus que também parece acorrer em auxílio a Júpiter e atrás da qual vemos, empoleirada numa árvore, a pomba que lhe é consagrada. Tais divindades trazem os seus nomes no espelho em língua etrusca.

O mesmo tema decorava um dos frontões do Partenão, mas é provável que o nascimento estivesse ali concebido de maneira inteiramente diversa. Infelizmente, nada resta da parte central do frontão em que tal cena estava representada.

Júpiter é a abóbada do céu donde jorra o raio luminoso e súbito; como é também o senhor dos deuses, a sua sabedoria não vacila absolutamente em lhe brotar do cérebro divino. Minerva devia, pois, nascer inteiramente armada e provida de todos os seus atributos. É assim que no-la apresentam as estátuas, muitas vezes com a lança e o escudo, mas sempre com o capacete e a égide.

Luciano narrou o nascimento de Minerva sob forma de diálogo:

"Vulcano. - Que devo fazer, Júpiter? Venho, por ordem tua, armado de um machado afiadíssimo e que, se houvesse necessidade, seria capaz de partir, de um só golpe, a mais dura das pedras.

Júpiter. - Ótimo, Vulcano! Parte-me, pois, a cabeça.

Vulcano. - Queres submeter-me a uma prova, ou estás louco? Dá-me uma ordem séria, dize o que queres que eu faça!

Júpiter. - Já te disse, parte-me a cabeça; bate com toda a força e sem demora; não posso viver com as dores que me dilaceram o cérebro.

Vulcano. - Acautela-te, Júpiter. Quem sabe se não vamos cometer uma asneira? O meu machado é afiadíssimo, fará com que te corra o sangue e não te libertará à guisa de Lucina.

Júpiter. - Bate, vamos, Vulcano! Nada temas. Sei o que quero.

Vulcano. - Bato, mas contra a vontade. Que me resta, se assim me ordenas?... Que estou vendo? Uma jovem armada da cabeça aos pés! Safa, que dor de cabeça não devia ser a tua, Júpiter! Não é de assombrar que te hajas mostrado irascível, se trazias viva, sob a membrana do teu cérebro, uma jovem desta estatura, e, ainda por cima, armada. Não sabíamos que tinhas na cabeça um verdadeiro campo. Olha, ela salta! Ei-la que dança a pírrica, agita o escudo, brande a lança, e está dominada pelo entusiasmo. O que é mais estranho é que, de súbito, se tornou belíssima e pronta para casar. É verdade que tem olhos cinzentos, mas o capacete compensa esse defeito. Júpiter, como pagamento pelo serviço que te prestei, cede-ma por esposa.

Júpiter. - Tu me pedes o impossível, Vulcano; ela quer permanecer virgem para sempre. Quanto a mim, não me oponho ao que desejas.

Vulcano. - É o que quero. O resto fica por minha conta. Vou levá-la." (Luciano).